Mau chegou na Reitoria. Mesma hora de sempre, todo dia. Era aula e gostava. Havia colegas e dois amigos. Esqueceu disso quando entrou, cabeça baixa.
- Filho, não pense assim teu pai. A vida passou dura nele. Não quis fazer aquilo.
- Sei - Mau com os olhos longe.
- Ele ama, duro mas ama. Faz errado, mas pensa fazer certo. Assim aprendeu.
- Sei - indiferente.
- Aceite isso. Você pode mudar, ele não. Assim aprendi.
Subiu a rampa sem ver ninguém. Sentindo só. Bem longe dali, seu futuro. Correu pensando ir atrás.
- Reaja, cara. Você dá pra coisa. Gosta disso.
- Preciso ganhar a vida - Mau pensativo.
- Não abandone. Você é o melhor de nós. Todos sabem disso.
- Tenho família e compromissos.
- Mas tem você?
"Mas tem você?" gritava o corredor quando passou, resfolegante. Encostou na parede para descansar. Viu o janelão.
- Período e dedicação integral. Isso eu quero. Nada feito se não.
- Sei - Mau olhando pé da mesa.
- Tem chance ainda. Deixe escola para depois. Pode progredir aqui.
- Sei - se vendo grisalho e bruto, tocando máquina como hoje. Como seu pai.
"Mas tem você?", berrava agora o prédio todo. Lento foi ao janelão e abriu. Silêncio. Respirou ar.
Viu todos lá embaixo. Seus pais, seus amigos, seu patrão. E si próprio.
Primeiro passou uma perna. Depois outra.
"Nós temos você!", cantavam todos olhando para ele. Seu eu deu as costas e foi embora.
- Não! - gritou quando voou, correndo atrás.
Ninguém tem ninguém.
- Filho, não pense assim teu pai. A vida passou dura nele. Não quis fazer aquilo.
- Sei - Mau com os olhos longe.
- Ele ama, duro mas ama. Faz errado, mas pensa fazer certo. Assim aprendeu.
- Sei - indiferente.
- Aceite isso. Você pode mudar, ele não. Assim aprendi.
Subiu a rampa sem ver ninguém. Sentindo só. Bem longe dali, seu futuro. Correu pensando ir atrás.
- Reaja, cara. Você dá pra coisa. Gosta disso.
- Preciso ganhar a vida - Mau pensativo.
- Não abandone. Você é o melhor de nós. Todos sabem disso.
- Tenho família e compromissos.
- Mas tem você?
"Mas tem você?" gritava o corredor quando passou, resfolegante. Encostou na parede para descansar. Viu o janelão.
- Período e dedicação integral. Isso eu quero. Nada feito se não.
- Sei - Mau olhando pé da mesa.
- Tem chance ainda. Deixe escola para depois. Pode progredir aqui.
- Sei - se vendo grisalho e bruto, tocando máquina como hoje. Como seu pai.
"Mas tem você?", berrava agora o prédio todo. Lento foi ao janelão e abriu. Silêncio. Respirou ar.
Viu todos lá embaixo. Seus pais, seus amigos, seu patrão. E si próprio.
Primeiro passou uma perna. Depois outra.
"Nós temos você!", cantavam todos olhando para ele. Seu eu deu as costas e foi embora.
- Não! - gritou quando voou, correndo atrás.
Ninguém tem ninguém.
Um comentário:
essa que tambem lembro, Ruy :D
Beijao,
Celita
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